sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Algarve e o crescente interesse na História do al-Andaluz



Foi entre o dia 2 e o dia 4 de Maio de 2008 que se realizou, em Vila Real de Santo António, o Congresso Internacional “Itinerários e Reinos. Uma descoberta do mundo. O Gharb al-Andaluz na obra o geógrafo al-Idrisi”. Tratou-se de um congresso itinerante organizado pela Fundação al-Idrisi Hispano Marroquina, e que trouxe a Vila Real de Santo António vários estudantes, investigadores e especialistas da História do al-Andaluz, provenientes de Portugal, Espanha, Marrocos e de outros países. Entretanto passou meia década, e bem nos podemos perguntar se este congresso internacional terá suscitado o interesse do público generalista em relação à História do Gharb al-Andaluz. Constatamos que, desde o congresso al-Idrisi (e independentemente da sua provável influência), vários livros foram publicados, como “Cacela e o seu Poeta Ibn Darraj al-Qastalli”, de Ahmed Tahiri; várias exposições foram inauguradas, como o “Núcleo Islâmico”, do Museu Municipal de Tavira; e vários colóquios e conferências tiveram lugar um pouco por todo o Algarve.
Um exemplo bastante curioso ocorreu no dia 20 de Abril de 2013, onde se verificaram vários eventos dedicados à História comum entre Portugal e o Magrebe. Foi exactamente no mesmo dia que se deu a “Homenagem a Cláudio Torres” no Campo Arqueológico de Mértola; o colóquio “Portugal Marrocos: História, Arqueologia e Património”, em Portimão; a Inauguração da sala “O Legado Andalusino” em Aljezur, a apresentação do romance histórico “O Luar de Sha’ Ban”, de Renato Santos, em São Brás de Alportel, e a apresentação do livro “A Cidade Islâmica de Faro”, também em São Brás do Alportel. 
Naturalmente que todos estes eventos no mesmo dia são fruto do mero acaso. No entanto, não deixa de ser uma feliz coincidência, e que acaba por atestar o crescente interesse do público em relação à História do Gharb al-Andaluz. Terá o congresso al-Idrisi contribuído de alguma forma para este renovado interesse? Certamente que sim, e certamente surgirão, num futuro próximo, novos estudos e investigações que preservem e valorizem a singularidade histórico-patrimonial do Algarve e do al-Andaluz.  

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